Há sempre um livro desconhecido à espera de nós #5
Policial, histórico, baseado em factos verídicos, com um toque de "noir" aqui e ali… poder-se-ia pensar que um livro com tanta mistura de géneros se revelasse uma coisa sem pés nem cabeça. Mas não, nada disso, é precisamente o contrário que acontece nesta sugestão de leitura de que hoje vos falo.
"VOLTE-FACE" de Steven Saylor
Título: Volte-Face
Título original: A Twist at the End
Autor: Steven Saylor
Ano de lançamento: 2000
Editora: Quetzal Editores
Publicação: Outubro 2003
Número de páginas: 552
Tradução: Maria José Figueiredo
Sinopse
Em 1885 Austin, no Texas, é um lugar feito de pó e sonhos, fortunas rápidas e desejos selvagens. Mas “O aniquilador das empregadas domésticas” também está a transformá-la numa cidade de medo. A primeira vítima, uma governanta mulata, é arrancada da sua cama e assassinada. Outras seis mulheres irão morrer, incluindo a bonita e loira Eula Phillips, amante do empregado bancário Will Porter. Uma década mais tarde, vivendo em Nova Iorque sob o nome de O. Henry, Will não consegue escapar às suas memórias – nem às exigências impiedosas de um chantagista. É então que uma carta misteriosa o convida a regressar ao Texas para seguir o caminho obscuro de um assassino sádico e fazer uma descoberta espantosa, enquanto é forçado a confrontar-se com os demónios da sua própria mente atormentada.
(sinopse traduzida a partir daqui)
A minha opinião
Steven Saylor é conhecido pelos seus livros policiais que constituem a série “Roma Sub Rosa”, protagonizada pelo genial Gordiano, o Descobridor, que desvenda crimes e mistérios de forma pouco ortodoxa durante os conturbados anos áureos da civilização romana. Neste “Volte-Face”, o escritor consegue mais uma vez conjugar personagens e factos verídicos com a dose de imaginação certa para nos oferecer um policial cheio de peripécias, tendo como cenário de fundo a cidade de Austin no início do séc. XIX. Associando a vaga de assassinatos macabros (nunca desvendados) que ocorreu nesta cidade a um potencial pré-Jack o Estripador, cuja identidade nos é revelada no final, o escritor mostra-se mais uma vez exímio na arte de misturar factos e ficção e demonstra aqui a sua versatilidade ao sair da “zona de conforto” do império romano, onde já nos tinha provado estar como peixe na água.
Mesmo sendo apreciadora de longa data de Steven Saylor e da sua arte de contar histórias de forma interessante (li avidamente todos os livros da série “Roma Sub Rosa”) gostei particularmente deste livro, tanto que já o li duas vezes. O ritmo da narrativa vai-se intensificando com o desenrolar da história, e às tantas dei por mim ansiosa por conhecer o final, tantas eram as dúvidas sobre qual seria o desfecho do livro e se haveria realmente um volte-face surpreendente.
Não quero ser spoiler, por isso nada mais direi. Apenas que este livro é entretenimento puro.
(Nota: há alguns exemplares à venda em vários sites de livros usados, e a preços em conta.)