Parem de assassinar a língua portuguesa #3
A última moda em atentados à nossa língua parece ser usar “tive” em vez de “estive”.
Eu sei que a língua falada tem diferenças em relação à língua escrita. Quem nunca disse “tá bem” ou “tou que nem posso”? Nem sempre falamos como escrevemos – e isto é comum em muitas línguas. Portanto não é, em si, problemático.
Ou não deveria ser.
Mas, meus amigos, “tive” é a 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo “ter”, não do verbo “estar”:
Eu tive um jantar na casa de uns amigos.
Eu estive a jantar em casa de uns amigos
Dá para perceber a diferença, certo?
Dizer “tive” em vez de “estive” já não é grande coisa. Mas o facto de se poderem tolerar certas liberdades quando falamos não quer dizer que elas sejam aceitáveis quando escrevemos.
E não, dizer/escrever “tive no Algarve” não é in, nem jovem, nem fashion, nem nada – é simplesmente errado. Deixem-se disso!