Também gosto bastante de escrever à mão, talvez por ter sido assim que descobri o meu gosto pela escrita. É de facto uma pena que cada vez mais as gerações mais recentes não tenham a oportunidade de ouvir o som do lápis (o meu utensílio preferido) a deslizar no papel. No entanto, apesar de dizer isto, acho que de certo modo não é prático, pois sou muito perfeccionista nos meus textos e a edição no computador é muito mais fácil. Os meus textos manuscritos costumam ter muitos riscos pelo meio e de vez em quando, letra feita à pressa também, o que estraga a estética.
Não há dúvida de que os computadores vieram revolucionar todos os aspectos da nossa vida. Se há poucas décadas eram raras as pessoas que sabiam escrever à máquina, hoje as crianças já quase nascem com um teclado na ponta dos dedos. Na busca do perfeccionismo habituámo-nos à facilidade deste tipo de escrita e agora já não há volta a dar. No entanto, a escrita à mão continua a ser muito mais pessoal, mais intimista, perfeita para recados, postais, cartões, para notas e apontamentos... enfim, acho que continua e (espero!) continuará a haver espaço para uma "coexistência pacífica" entre uma coisa e outra.