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Gene de traça

Livros e etc.

Reviver o passado na Cornualha

por Ana CB, em 26.10.14

OS APANHADORES DE CONCHAS

Rosamunde Pilcher 

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Título: Os Apanhadores de Conchas

Título original: The Shell Seekers

Autor: Rosamunde Pilcher

Ano de lançamento: 1987

 

Editora: (sic) idea y creación editorial, s.l.

Publicação: Novembro 2008

Número de páginas: 280

Tradução (cedida pela Editora Difel): Eduardo Saló

 

Rosamunde Pilcher é uma escritora inglesa nascida na Cornualha e internacionalmente reconhecida e premiada, e “Os Apanhadores de Conchas” é sem dúvida o seu livro mais famoso. Autora de vários contos e vinte e oito romances, começou a escrever em 1949 sob o pseudónimo de Jane Fraser e só em 1955 passou a usar o seu próprio nome na vida literária.

 

A história deste romance está construída à volta de Penelope Stern Keeling, uma mulher que tem uma forma incomum de encarar a vida e o mundo que a rodeia. É também a história da sua família, ascendentes e descendentes, e de algumas outras pessoas que se cruzam no seu percurso de vida. Penelope já tem mais de 60 anos e descobriu recentemente que sofre de uma doença cardíaca. O seu pai foi um pintor famoso que viveu grande parte da vida na Cornualha, onde Penelope também passou muitos Verões e alguns anos durante a 2ª Guerra Mundial. “Os Apanhadores de Conchas” é precisamente um dos seus quadros, e a sua única obra acabada que continua na posse da filha. Um recente aumento na procura e valor dos seus trabalhos leva dois dos filhos de Penelope a pressionarem a mãe a vender o quadro para satisfazerem os seus próprios interesses financeiros. Mas Penelope é uma mulher que se rege pelas suas próprias normas e aquele quadro representa para ela uma ligação ao passado que ela não quer perder. A doença recentemente diagnosticada e algumas outras ocorrências fortuitas, a par com o conflito aberto com aqueles seus filhos, levam-na a tomar consciência da sua mortalidade iminente e impelem-na a concretizar decisões há muito adiadas, numa atitude que é vista por uns como rebeldia demente, e por outros como independência de direito.

 

Narrado de forma modular, a acção do livro afasta-se por vezes da sua personagem principal para se centrar nos movimentos e pensamentos de outras pessoas que fazem parte da vida da protagonista, mostrando-nos a sua perspectiva dos acontecimentos. E transporta-nos, também a espaços, para o passado, revelando-nos lentamente o que está por detrás das atitudes de Penelope, à medida que nos conta a sua história.

 

Este foi o primeiro livro de Rosamunde Pilcher que li, e só posso dizer que gostei imenso. Sim, é verdade que há na história uma clara estereotipação das personagens, e uma ainda mais clara divisão ente “bons” e “menos bons”, sendo que os “menos bons” são as pessoas mais “formatadas” e conservadoras, que dão mais importância às aparências e aos bens materiais, e os “bons” aquelas que saem dos padrões e dão evidente primazia aos sentimentos. Mas isso não diminui a qualidade da obra, nem o prazer que me deu ler este livro. Existe muita sensibilidade na escrita de Rosamunde Pilcher, e muita riqueza narrativa também. A forma como nos transmite aquilo que cada personagem está a sentir é na maioria das vezes subtil, adivinha-se nas entrelinhas, na descrição dos movimentos, dos cenários. Há pensamentos e decisões que não nos são revelados directamente, mas apenas sugeridos ou até mesmo intencionalmente escondidos, e apenas deles tomamos conhecimento concreto mais tarde. A autora cria assim como que uma certa atmosfera de “suspense”, lança algumas pistas, deixa cair um comentário que indicia algo importante, mas sem o concretizar – e por vezes só vários capítulos à frente é que conseguimos vir a saber o que é. A história gira à volta de segredos, e a escrita consegue criar em nós essa sensação sem nos apercebermos. Ler este livro obriga-nos a um exercício intuitivo, e sem dúvida que fiquei com vontade de ler mais obras dela.

 

O exemplar que li é de origem editorial espanhola, apesar de estar em português, e em formato quase de bolso – foi distribuído a preço reduzido em conjunto com uma revista semanal. Apesar de a qualidade não ser das melhores, e das muitas e sempre irritantes gralhas e algumas falhas na tradução, óbvias e inadmissíveis (porque para isso servem os revisores), de uma maneira geral a qualidade até está melhor do que aquilo que seria de esperar de uma edição deste tipo.

 

Como nota final, e para quem for amante de viajar como eu, fica um aviso: ler este livro vai despertar a vontade de conhecer a Cornualha e as suas paisagens agrestes. Porthkerris (a localidade na Cornualha onde tem lugar uma parte da história) existe realmente, e pelas imagens que vi nas minhas pesquisas parece ser tão encantadora quanto as descrições de Rosamunde Pilcher dão a entender. E aqui está uma ideia que me parece interessante pôr em prática no futuro: levar na bagagem, sempre que possível, um livro que fale do local que vou visitar.

 

O que estou a ler: Corações Sagrados, de Sarah Dunant.

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Por favor parem de assassinar a língua portuguesa #1

por Ana CB, em 17.10.14

Sejam ou não seguidores do novo acordo ortográfico, por favor (por favor!!!) parem de escrever "à" em vez de "há".

É "há dias", não "à dias".

É "há coisa de", não "à coisa de".

É "há muito tempo", não "à muito tempo".

É "há muitas novidades", não "à muitas novidades".

É o verbo "haver", e na 3ª pessoa do singular escreve-se "há". Será assim tão difícil de memorizar?

Falando de filmes (só para variar)

por Ana CB, em 15.10.14

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Pediu-me a M* aqui que dissesse quais os 15 filmes que mais me marcaram. Só que eu já sabia que iria ser uma tarefa impossível, muito mais difícil do que quando fiz a lista dos meus livros favoritos (que está aqui). Adoro cinema, mas a relação que tenho com os filmes é muito mais leve do que a que tenho com os livros. A um livro dedico mais tempo, atenção e energia do que a um filme, porque ler exige mais de nós do que simplesmente olhar para uma tela ou um ecrã. Quando leio um livro sou eu que construo as cenas na minha cabeça, tenho de usar a imaginação. Já quando vejo um filme sou mais passiva, aceito o que me entra pelos olhos e ouvidos adentro – posso ter de raciocinar para compreender o que me está a ser mostrado, mas não há grande espaço para a imaginação. A juntar a tudo isto, tenho uma excelente memória visual, por isso não é muito habitual em mim querer mesmo rever algum filme, a não ser passado já bastante tempo, normalmente anos, quando já não me lembro bem de certas partes. E só naqueles casos em que gostei realmente do filme, porque dos que não gosto, ou que me são indiferentes, acabo muitas vezes por esquecer quase tudo.

Mas adiante. Comecei por fazer uma lista daqueles de que me lembro ter gostado muito – e quando dei por mim já ia em 80, mesmo ignorando alguns que são óbvios (quem não gosta dos filmes da saga Indiana Jones, do Senhor dos Anéis, ou do ET, só para dar alguns exemplos?) e com tendência para aumentar. Depois fui escolhendo aqueles que por um motivo ou outro causaram em mim maior reacção, a ponto de nunca mais me terem saído da memória – e alguns vi-os pela primeira vez quando era bastante novinha. Mesmo assim, a lista ainda era enorme, mas com muito esforço lá consegui reduzi-la a 20 títulos, e menos que isto é realmente impossível.

Sem ordem de preferência (optei pela alfabética), aqui estão eles, cada um com um pequeno e muito pessoal comentário:

A imperatriz vermelha (The scarlet empress), de Josef von Sternberg, 1934

A história da imperatriz russa Catarina, a Grande, interpretada por Marlene Dietrich no seu melhor. Um clássico, embora não muito conhecido.

A mulher que viveu duas vezes (Vertigo), de Alfred Hitchcock, 1958

Adoro Hitchcock, um verdadeiro mago do suspense. A célebre cena da torre do sino é verdadeiramente antológica. Como na maior parte dos filmes daquela época, as interpretações dos actores são um pouco exageradas, mas isso dá-lhe um certo charme.

A origem (Inception), de Christopher Nolan, 2010

Um filme que parece uma matrioshka, com uma história dentro de uma história dentro de uma história, a ponto de às vezes não sabermos bem onde estamos. Tenho de o rever, para perceber se o impacto vai ser o mesmo.

A promessa (Wu Ji), de Chen Kaige, 2005

Filme chinês de produção mista, é visualmente fabuloso. Uma mistura de tragédia, romance, fantasia e acção, bem ao gosto oriental, com uma cinematografia irrepreensível. A crítica não foi simpática com o filme, sobretudo por causa do argumento, mas a realidade é que ele é mesmo um festim para os olhos.

Apocalypse now, de Francis Ford Coppola, 1979

A primeira vez que vi este filme, no cinema (visto na tv não é bem a mesma coisa…), só saí já depois de terminado o genérico, e completamente mesmerizada. Parece ser sobre guerra, mas é muito mais do que isso.

Assalto à 13ª esquadra (Assault on Precinct 13), de John Carpenter, 1976

É um dos filmes menos conhecidos de Carpenter, mas sem dúvida o meu preferido acima de todos os outros que realizou. Suspense em doses industriais e uma realização contida mas genial, cheia de pormenores, que fazem com que este filme passado num espaço fechado seja tudo menos maçador. E bastante melhor do que o remake de 2005 de Jean-François Richet.

Boneca de luxo (Breakfast at Tiffany’s), de Blake Edwards, 1961

Este é daqueles em que não consigo evitar chorar sempre que o vejo. Apesar de ser um romance levezinho, é um clássico, e o tema musical (Moon River) ganhou um Óscar. Audrey Hepburn está excepcional e só pelo seu talento o filme já valeria a pena (embora a carinha laroca de George Peppard também não seja de ignorar, claro…).

Depois do ódio (Monster’s ball), de Marc Forster, 2001

Um drama pesado mas extremamente comovente sobre perdas e acasos da vida, e com fantásticas interpretações (Halle Berry ganhou um Óscar por este filme).

Eduardo Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands), de Tim Burton, 1990

Enternecedor, simbólico e esteticamente muito agradável, além de brilhantemente interpretado, marcou o início dos “mitos” Johnny Depp e Tim Burton.

Forrest Gump, de Robert Zemeckis, 1994

Não é possível ficar indiferente a este filme sobre uma pessoa que é, precisamente, diferente. Tom Hanks, como sempre, está genial.

Gravity, de Alfonso Cuarón, 2013

Um trabalho fantástico a vários níveis, sobretudo pela magnífica actuação de Sandra Bullock, pela excepcional banda sonora, pela montagem e pela realização, que conseguem transformar num grande filme uma história passada em ambiente quase fechado e que gira à volta de praticamente uma única personagem. Uma ode à coragem, à resistência e à superação dos limites.

O amor é um lugar estranho (Lost in translation), de Sofia Coppola, 2003

É impossível não sentir empatia com as personagens principais deste filme, apanhadas numa espécie de “cápsula espácio-temporal” (metaforicamente falando, claro), afectadas pelo jet lag e solitárias no meio da multidão. Porque o amor nasce e existe de variadas formas.

O estranho mundo de Jack (The nightmare before Christmas), de Henry Selick, 1993

Na altura em que foi lançado, foi uma pedrada no charco no cinema de animação. Não há como não adorar Jack e este argumento adaptado por Tim Burton, tão soturno e ao mesmo tempo tão profundamente sensível.

O mundo a seus pés (Citizen Kane), de Orson Welles, 1941

Ainda considerado como o maior/melhor filme (americano) de sempre, e livremente inspirado na vida de William Randolph Hearst, rompeu com muitos dos estereótipos habituais no cinema hollywoodiano da época. Imprescindível ver.

Os cavalos também se abatem (They shoot horses, don’t they?), de Sydney Pollack, 1969

Um drama passado na época da Depressão, quando as pessoas lutavam pela sua sobrevivência até às últimas consequências, sujeitando-se a tudo e sendo facilmente exploradas. Triste, angustiante até, leva-nos a reflectir sobre grandes questões que continuam actuais nos dias de hoje. Com um excelente elenco, encabeçado por Jane Fonda.

Os condenados de Shawshank (The Shawshank redemption), de Frank Darabont, 1994

Mais um daqueles filmes que consigo ver vezes sem conta, e sempre com o mesmo prazer. Apesar de os protagonistas serem reclusos e não tão “santos” quanto isso, passamos o filme todo a torcer por eles. Um argumento genial (um dos escritores foi o imaginativo Stephen King) e óptimas interpretações de Morgan Freeman e Tim Robbins. Também considerado como um dos melhores filmes de sempre.

Os inadaptados (The misfits), de John Huston, 1961

Drama escrito por Arthur Miller, este filme foi por coincidência o último tanto para Clark Gable como para Marilyn Monroe, o par romântico protagonista. Montgomery Clift, num excelente papel secundário, morreria também poucos anos mais tarde. Quase como os actores que lhes deram vida, as personagens são pessoas mal ajustadas à sociedade ou em vias de extinção, à deriva e em luta com os seus próprios fantasmas.

Os suspeitos do costume (The usual suspects), de Bryan Singer, 1995

Um elenco de luxo, uma história diferente entre o policial e o drama, e um final tão inesperado que nos deixa de boca aberta.

Sete pecados mortais (Se7en), de David Fincher, 1995

Entre o thriller e o film noir, com um argumento pesado mas muito bem concebido, desenvolvido num “crescendo” incomodativo que nos faz questionarmo-nos: Até onde consegue ir a maldade humana? E até que ponto conseguimos resistir ao sofrimento (físico ou psicológico) antes de quebrarmos?

Tudo sobre a minha mãe (Todo sobre mi madre), de Pedro Almodóvar, 1999

Não tenho vergonha de confessar que choro desalmadamente sempre que vejo este filme. A maternidade, a morte e a vida, os acontecimentos que parecem predestinados, a redenção, os círculos da vida que se completam, está tudo aqui, contado de forma crua como é hábito em Almodóvar e com a também habitual sua galeria de personagens que saem do comum. Com algumas das suas actrizes preferidas, foi a rampa de lançamento de Penélope Cruz.

O mundo num bairro de Madrid

por Ana CB, em 12.10.14

“COSMOFOBIA”

Lucía Etxebarría

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Título: Cosmofobia

Título original: Cosmofobia

Autor: Lucía Etxebarría

Ano de lançamento: 2007

 

Editora: Casa das Letras – Oficina do Livro

Publicação: Julho 2008

Número de páginas: 319

Tradução: Artur Lopes Cardoso

Revisão: Ayala Monteiro

 

 

Há já muito tempo que queria ler qualquer coisa da Lucía Etxebarría. Já tinha lido críticas aos livros dela, entrevistas com ela, mas por qualquer razão ainda nenhum livro. Então apareceu-me este, a um preço baixinho numa promoção (porque agora é raro comprar livros que não estejam em promoção, há sempre tantos e de todos os géneros), e nem hesitei.

 

“Cosmofobia” é assim como que uma espécie de puzzle. Cada capítulo é a história de uma pessoa diferente, contada na primeira ou na terceira pessoa, às vezes em forma de narrativa e outras de conversa com a (suposta) autora do livro. O que todas estas pessoas têm em comum é o facto de viverem ou se movimentarem no bairro madrileno de Lavapiés, um bairro multicultural que apenas uma rua separa do bairro de Las Letras, zona chique da cidade. E é precisamente isto que nos mostra o livro, este contraste, esta multiculturalidade de um grupo de pessoas ligadas umas às outras pelas circunstâncias da vida, que se tocam ao de leve mas continuam agarradas aos seus hábitos sociais e culturais e nunca se misturam realmente. Cada história individual remete-nos para uma ou mais das outras histórias, por vezes mostrando-nos uma versão quase antagónica do que nos foi contado antes, mas sempre acrescentando mais qualquer coisa que nos ajuda a compreender o que não foi desvendado.

 

São histórias entrecruzadas mas, tal como num puzzle, as peças aparecem-nos todas soltas e misturadas. A ordem pela qual estas histórias são narradas não é temporal, nem absolutamente linear, nem parece ter por vezes qualquer lógica, o que nos obriga a um trabalho de observação e de memória para relacionarmos cada elemento, cada episódio que lemos, com o que já nos foi contado anteriormente. À medida que progredimos no livro e vamos encaixando umas peças nas outras, assim se vai formando uma paisagem, um quadro que se nos vai revelando a pouco e pouco, até ficar completo quando colocamos a última peça, quando lemos a última história.

 

As personagens são interessantes, muito variadas e multifacetadas. Como a própria Lucía Etxebarría esclarece no início do livro, algumas são reais e outras inspiradas em informação que a autora obteve de maneiras diversas, mas o todo é pura ficção. No entanto, a forma como Lucía as expõe e narra as suas vidas é tão viva, tão real e verosímil que por vezes temos a sensação de que aquelas pessoas existem mesmo, ou poderiam existir tal e qual são descritas.

 

Lucía Etxebarría escreve com muita informalidade mas com grande riqueza verbal. Praticamente sem darmos por isso, constrói quadros pormenorizados sem precisar de se estender em descrições entediantes, e disseca a personalidade de cada uma das suas personagens camada por camada, mostrando às claras alguns aspectos e apenas sugerindo outros, encarregando-nos de concluir o raciocínio. Também por isso, o livro não cai nunca na monotonia, e foi até com alguma pena que cheguei ao fim. Apetecia-me saber mais, conhecer o desenrolar futuro daquelas histórias, algumas delas tão pouco edificantes e outras tão comoventes, mas todas tão humanas. É caso para dizer que cada uma delas daria para escrever um livro inteiro – ou pelo menos um extenso conto.

 

Nota-se que houve bastante cuidado na edição do livro, na sua tradução e na revisão. Sendo uma tradução do espanhol, a dificuldade maior seria não cair na tentação de traduzir demasiado à letra, do que resultaria um texto demasiado “espanholado”, mas sem perder a informalidade e a qualidade inata da língua e da escrita originais. Apesar de uma ou outra incorrecção mais evidente e até intolerável (“groopie” em vez de “groupie”, por exemplo) e de meia dúzia de gralhas (eu sei que o trabalho de revisor não é fácil, mas mesmo assim…), a qualidade geral é boa e o livro lê-se sem grandes sobressaltos.

 

Como já devem ter percebido, gostei de “Cosmofobia” o suficiente para querer ler mais obras de Lucía Etxebarría, que já conta com mais de 25 livros publicados, alguns deles ensaios (no domínio da psicossociologia, sobre comportamentos e relações interpessoais). Em http://www.luciaetxebarria.es/index.php divulga as suas obras e tem publicados alguns textos mais recentes. É uma escritora com uma voz moderna e obviamente feminina, com preocupações sociais. Talvez alguns dos temas que aborda sejam algo recorrentes, mas a verdade é que nunca é demais falar sobre aqueles grandes paradigmas que fazem de nós seres verdadeiramente humanos num mundo (ou numa sociedade, melhor dizendo) que insiste constantemente em nos considerar apenas números.