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Gene de traça

Livros e etc.

Sete coisas, nove perguntas e uma auto-entrevista

por Ana CB, em 24.03.15

 

Não sei se já perceberam que eu não sou muito dada a esta coisa dos desafios. Demoro imenso tempo a responder (normalmente quando já toda a gente esqueceu… mas não é por mal, é mesmo por falta de tempo), não respeito o formato, não nomeio ninguém… enfim, sou uma rebelde. Acho graça quando são os outros a responder, mas quando me toca a mim parece-me sempre que não tenho nada de muito interessante para dizer.

Bom, mas tento responder – ao meu jeito, mas pronto. Desta vez apareceram-me dois ao mesmo tempo (7 coisas, obra da Vertigem, e 9 perguntas da minha homónima Miss Ana). Então decidi fazer o dois-em-um e dar-vos as respostas em forma de auto-entrevista. Só porque sim.

 

Eu – Conta-me lá o que é que te deu para criares um blog, e precisamente no Sapo.

anacb – Um não, três. Sou uma exagerada. A verdade é que comecei há já vários anos com um sobre viagens no Blogspot, o Viajar Porque Sim, que depois decidi migrar aqui para o Sapo – porque é uma comunidade, porque é português, porque tem muitos blogs interessantes. Como mais tarde senti vontade de escrever outras coisas, criei o A Vida e Outros Acasos, e depois este, o Gene de Traça, que é mais virado para os livros e as leituras, mas onde também mostro mais quem sou “eu”.

Eu – Então estás convencida de que escreves bem, não é? E que mais achas que fazes bem? E que não fazes bem?

anacb – Convencida, convencida, não tanto assim… Acho que escrevo razoavelmente e de forma perceptível, e tento tratar bem o português (o português pré-acordo ortográfico, entenda-se). Além disso sou boa a organizar viagens, tenho algum jeito para tirar fotos, conduzo em qualquer lado sem me perder e sou excelente para andar a pé – daí o meu primeiro blog ser sobre viajar. Danço bem, e de vez em quando organizo umas festas giras para os meus amigos, que toda a gente adora. E sou boa guardadora de segredos. Por outro lado, tenho grande dificuldade em aceitar de bom grado que me compliquem a vida, não gosto de engolir sapos (sem ofensa aqui para a nossa casa-mãe) e não consigo aturar gente mesquinha. Não tenho paciência para filas de trânsito, fico insuportável. Sou medíocre no que toca a bricolage. E não sei mentir. Nem consigo disfarçar a minha contrariedade quando ouço mentiras.

Eu – Achas que a tua escrita evoluiu desde que começaste a blogar?

anacb – Sinceramente, não me parece que tenha evoluído muito, pelo menos quanto à forma. No estilo talvez tenha havido alguma mudança, ou melhor, uma diversificação. Quando comecei estava mais espartilhada; agora, talvez por força de ter mais do que um blog e de cada um ter uma temática diferente, creio que consigo ir variando um pouco de registo, ser (talvez…) menos monótona.

Eu – Tinhas algumas expectativas quando criaste cada um dos teus blogs? E estão a ser concretizadas?

anacb – Não, realmente não tinha. E continuo sem ter, por isso não estou a fazer basicamente nada nesse sentido. Apenas gosto de escrever e de partilhar ideias e experiências. A única área onde poderei eventualmente um dia levar isto mais a sério será o blog de viagens, e a isso não será alheio o facto de ser o meu blog mais visitado.

Eu – Mudando de assunto: quais são as sete coisas que tens mais hábito de dizer?

anacb – Já vou./ Qual é a parte de xxxx que não percebeste?/ A sério???/ Estou morta!/ Conta-me tudo e não me escondas nada./ Whatever…/ Deita cá para fora.

Eu – E o que é que mais te encanta?

anacb – O mar e todos os locais com água, de uma maneira geral. A arte em todas as suas formas. Ver animais em liberdade. Viajar. Crianças. Pessoas apaixonadas. Sorrisos abertos.

Eu – O que ou quem é que amas?

anacb – O meu filho. Pessoas. Livros. Sol e calor. A minha família. Os meus amigos. O meu homem especial.

Eu – E diz-me: achas mesmo que é possível fazer amizades aqui na blogosfera?

anacb – Claro, como em qualquer lugar! Há por aí gente muito simpática, em particular aqui na comunidade do Sapo. E há muita empatia, comunicação e colaboração. Formam-se grupos e até blogs colectivos bem interessantes e bem-sucedidos, como é o caso do Aprender Uma Coisa Nova Por Dia, onde eu não faço parte do núcleo duro mas participo de vez em quando, e que é um blog diferente, constituído por um excelente grupo de bloggers.

Eu – Notas diferenças entre os blogs antigos e os mais recentes?

anacb – Não tenho uma percepção muito apurada em relação a este assunto, principalmente porque também sou bastante recente neste mundo. Parece-me que a maioria dos blogs que têm aparecido ultimamente são mais pessoais, quase que uma espécie de diário, falam de coisas do dia-a-dia, de pessoas normais, desabafos, preocupações, com alguma crítica social à mistura. Os blogs mais antigos serão talvez menos informais, têm um carácter mais “jornalístico”. Mas é claro que também não conheço os blogs todos…

Eu – Fala-me de coisas de que não gostes.

anacb – Mentiras, como já disse antes. Confusão. Barulhos agressivos ou muito agudos. Vento. Falta de sentido de humor.

Eu – O que é que desejas para o futuro, especialmente no que diz respeito aos teus blogs? O que é não quererias morrer sem teres feito?

anacb – Viajar. Viajar. Viajar. Viajar. Viajar. Viajar… Já disse viajar? Fotografar os sítios onde for, escrever sobre essas viagens, levar aos outros um bocadinho da beleza do mundo e aguçar-lhes o apetite para saírem do lugar. Fazer algum voluntariado, em viagem ou não. Contribuir para alegrar a vida de alguém, seja de que maneira for, seja de quem for, amigo ou desconhecido. Quanto aos meus blogs, não tenho ambições especiais, mas sinceramente gostava de ter mais tempo para lhes dedicar – sobretudo, como já disse, ao de viagens, que gostaria realmente de desenvolver e levar para um patamar diferente. Um dia será o dia.

 

 

Bata & Batom & ... Birthday present!

por Ana CB, em 13.03.15

A propósito do desafio dedicado a uma das pessoas mais queridas aqui da blogosfera:

 

Parabéns, querida B&B!

 

Obrigada pela tua simpatia, pelo teu bom humor, pelo teu talento, e por alegrares tantas vezes os meus dias.

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(Porque fui desafiada, por alguém alheio à blogosfera, a dedicar algumas palavras à BB, autora do blog Bata & Batom, no dia do seu aniversário. Este é um pequeno mimo com o qual quero presentear e parabenizar esta tão especial cidadã da blogosfera, merecedora dos mesmos amor e alegria que a definem e caracterizam.)

 

As 10 coisas que eu nunca vos direi

por Ana CB, em 05.03.15

 

biblioteca escritório 19-03-2013 polaroid.jpg

 

Eu, amante de livros, me confesso: há certas coisas que nunca me ouvirão dizer. Pelo menos enquanto me restar um bocadinho de sanidade mental.

Revi-me completamente neste artigo da Koty Neelis no Thought Catalog, e tenho a certeza de que há por aqui muito mais gente que também vai subscrever algumas destas afirmações, se não todas. Verdade ou mentira? (Os comentários entre parênteses são meus.)

  1. “Não sei o que quero que me ofereçam no Natal/nos meus anos/inserir qualquer época festiva aleatória.”

(Pois está-se mesmo a ver que a resposta só pode ser uma: livros. Sempre. Mesmo que tenha lá em casa uma pilha deles ainda por ler.)

  1. “Achei que o filme é melhor do que o livro.”

(Um filme melhor do que um livro? É basicamente impossível. Quando muito, poderá ser tão bom como o livro, e mesmo assim só em casos raros.)

  1. “Estou tão aborrecida. Não há nada para fazer.”

(Ninguém se aborrece quando tem um livro por perto. Muito pelo contrário, um livro é a única maneira de suportar certas situações maçadoras, como ter de estar à espera de alguém, ou uma longa viagem de avião.)

  1. “Eu simplesmente não gosto mesmo de ler.”

(Mas quem??? Quem, pelo amor da santa, é capaz de dizer uma coisa destas???)

  1. “Não tenho planos para este fim-de-semana.”

(Não tenho de ter planos. Ler já é um plano mais do que perfeito.)

  1. “Não, não preciso ir àquela livraria. Já tenho livros suficientes.”

(Impossibilidade matemática e gramatical. “Suficientes” é um adjectivo que não pode estar ao lado do substantivo “livros”.)

  1. “Não tenho nada para ler.”

(O quê? Quando já só tenho um ou dois livros à espera de serem lidos começo a ressacar, e tenho de ir a correr comprar mais.)

  1. “Vou dormir. Não tenho tempo para ler mais um capítulo.”

(Enquanto o livro não me cair das mãos, posso sempre ler mais uma página. Ou duas. Ou muitas.)

  1. “Não, não preciso de ajuda para fazer as mudanças.”

(Ahahahah! Da última vez foram mais de 40 caixas cheias só com livros…)

  1. “A mala é pequena, não posso levar nada para ler nas férias.”

(Esta não está no post original, mas ocorreu-me agora. Posso levar menos um par de sapatos, o que já é um grande sacrifício. Mas não levar nem sequer um livro? Naaaah. Não há hipótese. E de preferência no mínimo dois.)