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Gene de traça

Livros e etc.

Perguntas de retórica #1

por Ana CB, em 31.01.15

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Está tudo dito

por Ana CB, em 08.01.15

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"Chers tous,

Merci pour vos réactions affectueuses et vos messages. Comme vous tous, je suis anéanti par cet attentat ignominieux contre la bande de Charlie Hebdo. Je perds des amis et des maîtres, et toutes mes pensées vont vers leurs proches. Mais au-delà de cette tragédie, c'est notre société entière qui est visée ; c'est chacun d'entre nous, dans sa liberté de penser. Le 7 janvier 2015 est un jour noir pour la démocratie. Honte au fascisme religieux.

Philippe Geluck"
 
(autor do desenho, publicado na sua página do Facebook)
 
(e aqui está a tradução, para os menos entendidos na língua gaulesa:
 

A todos,

Obrigado pelas vossas reacções afectuosas e pelas vossas mensagens. Como todos vós, estou arrasado com este atentado ignominioso contra o grupo do Charlie Hebdo. Perco amigos e professores, e todos os meus pensamentos estão com os seus familiares. Mas para além desta tragédia, o alvo foi toda a nossa sociedade; foi cada um de nós, na sua liberdade de pensamento. O 7 de Janeiro de 2015 é um dia negro para a democracia. Vergonha para o fascismo religioso.)
 

Prendas boas #3

por Ana CB, em 04.01.15

Esta época de festas que está agora no fim é para mim sempre uma época de excepção – não especificamente pelo Natal ou pelo fim de ano, mas porque é uma daquelas alturas em que se sai nitidamente da rotina, a bem ou a mal.

Olhando para os meus já muitos Natais passados, existe um óbvio denominador comum a todos: é sempre vivido em família. Fora isso, e por muitas e variadas razões, é sempre diferente. O local vai variando, as pessoas presentes e ausentes também (a família ora encolhe, ora estica), e até o que comemos raramente se repete: há bacalhau, mas nunca o simples cozido com batatas e couves, e todos os anos se experimenta uma receita diferente; e de há muitos anos para cá também há peru, que mesmo assim nunca é feito exactamente da mesma maneira. Para além disso, é a eterna parafernália das fatias douradas, e azevias, e bolo-rei, entre muitas outras sobremesas igualmente calóricas (incluindo uma aletria doce que alguém faz divinalmente, e que eu adoro).

Quando havia uma criança pequena em casa, o Pai Natal chegava à meia-noite, no meio de grande barulheira, e largava uma montanha de presentes por baixo da chaminé (ou à porta de casa, quando a prenda era demasiado grande), mas nunca se mostrava realmente – as crianças são demasiado espertas para não reconhecerem rostos, vozes e corpos que lhes são familiares. Hoje em dia somos mais prosaicos, abrimos os presentes familiares por volta da meia-noite, depois do jantar. Os outros, os que recebo dos não-familiares, abro-os habitualmente no dia de Natal: é uma forma de duplicar os momentos bons.

Sou sempre uma sortuda com as prendas que me oferecem, e este ano não foi excepção. Claro que os livros não podiam faltar, até porque toda a gente conhece esta minha paixão, e por isso a minha prateleira de leituras para o futuro conta com mais dois exemplares, mais propriamente estes:

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O livro do Philipp Meyer vai ser uma estreia, nunca li nada dele, mas as críticas são excelentes. Já Paul Theroux é um “velho amigo” de quem li há algum tempo o “Viagem por África” (gostei imenso) e estou presentemente a ler “Comboio-fantasma para o Oriente”. Literatura de viagens do melhor que existe.

Recebi ainda o “Wreck this Journal”, um livro-caderno da artista conceptual Keri Smith, cuja finalidade é ser preenchido/destruído de diversas maneiras sugeridas, como forma de estimular a criatividade. Divertido e original.

Mas ainda melhor do que receber prendas é para mim oferecê-las, e as que ofereço são geralmente compradas ou preparadas com alguma antecedência. Não muita, que procurar a prenda certa para cada pessoa leva o seu tempo, são horas a pesquisar e ver lojas, para depois me decidir às vezes por mais do que uma coisa. E algumas acabam por ser total ou parcialmente feitas por mim.

Como nesta altura há sempre algum almoço, jantar ou festa que tem lugar aqui em casa, divirto-me a criar decorações a condizer com a época, entre as quais é obrigatória a árvore de Natal. Há anos atrás era sempre uma árvore natural, depois passou a ser artificial, e mais recentemente decidi inventar as minhas próprias árvores, e são sempre diferentes. Este ano foi numa parede, como podem ver aqui.

O dia de Natal também nunca se repete, por vezes fico em casa todo o dia, outras vezes há um almoço, ou um jantar, outras vezes ainda saio para passear, ou à noite para dançar. Não sou particularmente apreciadora de canções de Natal, nem dos habituais filmes que passam recorrentemente na televisão, mas gosto do “Love actually” (“O amor acontece”, em português) e da versão do “All I want for Christmas is you” que uma miúda talentosa canta no filme.

E por força das circunstâncias, porque sempre vivi no nosso país, para mim o Natal está associado ao frio; muita pena tenho eu de não nevar aqui na zona de Lisboa, o que seria visualmente muito mais bonito. Mas como na realidade não sou grande apreciadora de temperaturas baixas, hei-de um dia experimentar passar o Natal num país quente. Afinal, o mais importante nesta quadra é mesmo estar com aqueles de quem gostamos, e partilhar a alegria que isso nos traz, seja onde for.

 

(Este post é assim como que uma espécie de resposta à Inês, à Magda e à M*, que me desafiaram aqui, aqui e aqui  a responder a algumas perguntas. Obrigada às três, e desculpem o atraso e a minha rebeldia em relação ao formato pergunta-resposta).